ÉTICA E CONSCIÊNCIA NEGRA
O dia 20 de novembro marca as lutas dos movimentos sociais contra o racismo. A proposta de solenizar a data de 20 de novembro, teve início no ano de 1970, na cidade de Porto Alegre. O professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira, em reunião do Grupo Palmares, associação que reunia militantes e pesquisadores da cultura negra brasileira, propôs o Dia Nacional da Consciência Negra. Ele propôs uma data que comemorasse o valor da comunidade negra e sua fundamental contribuição para o país. A inspiração do professor para escolha da data, foi uma publicação da editora Abril, onde constava o dia da morte de Zumbi dos Palmares como 20 de novembro. Oliveira Silveira enviou a proposição aos demais integrantes do grupo, e a proposta foi aprovada pelos outros integrantes e os demais universitários. Dois anos após a primeira solenidade, as reflexões do coletivo gaúcho se tornou notícia nacional. Desde então, ações alusivas a figuras negras históricas e esquecidas passaram a ser realizadas em estados do país, durante o mês de novembro. No ano de 1978, Movimento Negro Unificado divulgou o Dia Nacional da Consciência Negra por meio de um manifesto, confirmando o sucesso da proposta e o encerramento das atividades do Grupo Palmares. O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra foi formalizado nacionalmente em 2003, a data comemorativa instituída em 2011. A ocasião é dedicada à reflexão sobre o valor e a contribuição da comunidade negra para o Brasil. A data, reforça a importância das lutas de combate ao racismo, discriminação, lutas por igualdade social, lutas por inclusão de negros na sociedade, promoção de fóruns, debates e outras atividades que valorizam a cultura africana.
Existe relação entre Ética e Consciência Negra? Toda luta por um mundo inclusivo, por respeito as diferenças e por convivências harmônicas envolve deontologia. O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, prevê que um dos Principais Deveres do Servidor Público é tratar todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social. Como disse Boaventura de Souza Santos “Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza”.